Endividados preferem ter dinheiro
imediato a esperar e sanar as dívidas.
Trabalho foi feito por dois
ex-funcionários do banco central dos EUA.
Um estudo norte-americano mostra que pessoas impacientes podem ter
crédito pior que as demais. Divulgado na revista "Psychological
Science", a pesquisa mostra que aqueles que enfrentam dificuldades
financeiras preferem quase sempre ter dinheiro imediato nas mãos do que esperar
mais e poder resolver as dívidas de verdade.
O trabalho foi feito por dois economistas durante a época em que
trabalhavam para um centro de pesquisas sobre comportamento econômico e tomada
de decisões do Federal Reserve, o banco central norte-americano.
Stephan Meier, hoje na Universidade de Columbia, e Charles
Sprenger, da Universidade Stanford, aproveitaram a ajuda que um centro
comunitário em Boston estava dando a pessoas de renda baixa e média durante a
época de pagar impostos e recrutaram 437 pessoas.
Cada participante recebeu um questionário. As perguntas faziam o
contribuinte escolher entre prêmios imediatos e menores ou recompensar maiores,
mas que demorariam mais para chegar. Os participantes deixaram que a dupla de
pesquisadores tivesse acesso a dados financeiros particulares.
Após analisar os resultados, Meier e Sprenger descobriram que
pessoas impacientes, que escolheram premiações menores e mais rápidas, tinham
uma situação de crédito pior. Uma pontuação baixa de crédito pode indicar que a
pessoa teve problemas no passado para pagar, por exemplo, contas ou dívidas que
levaram à hipoteca de bens.
Ainda que reconheça a importância das razões apontadas por
especialistas para explicar a crise financeira que tomou conta do mercado imobiliário
norte-americano a partir de 2007, Meier não descarta a influência da psicologia
nos desdobramentos da crise.
O economista lembra que deixar de pagar por um empréstimo nem
sempre é um ato proposital - pessoas podem perder o emprego. Mas alerta para o
fato das pessoas impacientes ignorarem as consequências no longo prazo de seus
atos. Para o economista, ainda que elas consigam uma vantagem rápida e
temporária, as dívidas continuarão a existir.
Ele destaca ainda que algumas vezes a decisão de deixar de pagar
as contas pode ser estratégica, já que certos participantes do estudo
demonstraram preferir ter dinheiro imediatamente e lidar com as repercussões
depois.
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