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6 de dez. de 2011

Estudo mostra que pessoas impacientes têm crédito pior


Endividados preferem ter dinheiro imediato a esperar e sanar as dívidas.
Trabalho foi feito por dois ex-funcionários do banco central dos EUA.

Um estudo norte-americano mostra que pessoas impacientes podem ter crédito pior que as demais. Divulgado na revista "Psychological Science", a pesquisa mostra que aqueles que enfrentam dificuldades financeiras preferem quase sempre ter dinheiro imediato nas mãos do que esperar mais e poder resolver as dívidas de verdade.
O trabalho foi feito por dois economistas durante a época em que trabalhavam para um centro de pesquisas sobre comportamento econômico e tomada de decisões do Federal Reserve, o banco central norte-americano.
Stephan Meier, hoje na Universidade de Columbia, e Charles Sprenger, da Universidade Stanford, aproveitaram a ajuda que um centro comunitário em Boston estava dando a pessoas de renda baixa e média durante a época de pagar impostos e recrutaram 437 pessoas.
Cada participante recebeu um questionário. As perguntas faziam o contribuinte escolher entre prêmios imediatos e menores ou recompensar maiores, mas que demorariam mais para chegar. Os participantes deixaram que a dupla de pesquisadores tivesse acesso a dados financeiros particulares.
Após analisar os resultados, Meier e Sprenger descobriram que pessoas impacientes, que escolheram premiações menores e mais rápidas, tinham uma situação de crédito pior. Uma pontuação baixa de crédito pode indicar que a pessoa teve problemas no passado para pagar, por exemplo, contas ou dívidas que levaram à hipoteca de bens.
Ainda que reconheça a importância das razões apontadas por especialistas para explicar a crise financeira que tomou conta do mercado imobiliário norte-americano a partir de 2007, Meier não descarta a influência da psicologia nos desdobramentos da crise.
O economista lembra que deixar de pagar por um empréstimo nem sempre é um ato proposital - pessoas podem perder o emprego. Mas alerta para o fato das pessoas impacientes ignorarem as consequências no longo prazo de seus atos. Para o economista, ainda que elas consigam uma vantagem rápida e temporária, as dívidas continuarão a existir.
Ele destaca ainda que algumas vezes a decisão de deixar de pagar as contas pode ser estratégica, já que certos participantes do estudo demonstraram preferir ter dinheiro imediatamente e lidar com as repercussões depois.
Fonte:
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