Pelas rosas, pelos lírios,
Pelas abelhas, sinhá,
Pelas notas mais chorosas
Do canto do Sabiá,
Pelo cálice de angústias
Da flor do maracujá!
Pelo jasmim, pelo goivo,
Pelo agreste manacá,
Pelas gotas de sereno
Nas folhas do gravatá,
Pela coroa de espinhos
Da flor do maracujá.
Pelas tranças da mãe-d'água
Que junto da fonte está,
Pelos colibris que brincam
Nas alvas plumas do ubá,
Pelos cravos desenhados
Na flor do maracujá.
Pelas azuis borboletas
Que descem do Panamá,
Pelos tesouros ocultos
Nas minas do Sincorá,
Pelas chagas roxeadas
Da flor do maracujá!
Pelo mar, pelo deserto,
Pelas montanhas, sinhá!
Pelas florestas imensas
Que falam de Jeová!
Pela lança ensangüentado
Da flor do maracujá!
Por tudo que o céu revela!
Por tudo que a terra dá
Eu te juro que minh'alma
De tua alma escrava está!!..
Guarda contigo este emblema
Da flor do maracujá!
Não se enojem teus ouvidos
De tantas rimas em - a -
Mas ouve meus juramentos,
Meus cantos ouve, sinhá!
Te peço pelos mistérios
Da flor do maracujá!
Imagem: (Meramente ilustrativa)
Autor: (Fagundes Varela)
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Luís Nicolau Fagundes
Varella (Rio Claro, 17 de agosto de 1841 — Niterói,18 de fevereiro de 1875)
foi um poeta brasileiro, patrono na Academia
Brasileira de Letras.
Poeta romântico e boêmio inveterado, Fagundes Varella foi um dos maiores
expoentes da poesia brasileira, em seu tempo. Tendo ingressado no curso de
Direito (e frequentado as faculdades de São Paulo e Recife), abandonou o curso
no quarto ano. Foi a transição entre a segunda e a terceira geração romântica.
Fagundes Varella morreu
com 33 anos de idade.
Fonte: Wikipedia
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